A CHAMADA "DESCOLONIZAÇÃO" ASSENTOU EM LEI ANÓNIMA AQUANDO DA EXISTÊNCIA DE GOVERNOS PROVISÓRIOS SEM LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL.

O PROCESSO DA TRAIÇÃO: Este poderia muito adequadamente ser a designação de causa posta em tribunais sobre a (descolonização exemplar). Talvez mais expressiva do que a da cadeia, será - O JUÍZO DA HISTÓRIA -.

SOBRE ESTES GALARDÕES A HISTÓRIA FARÁ O JULGAMENTO (l)

OS DRAMÁTICOS DIAS DO INÍCIO DA "CRIMINOSA DESCOLONIZAÇÃO EXEMPLAR" DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS!

Luanda a partir de Janeiro de 1975.
Traição, Crimes, Abandono, Massacres. Populações inermes, compatriotas civis e militares abandonados e entregues aos ferozes assassinos, este é o libelo da "Revolução dos Cravos" do  25 de Abril, a quem a soldadesca vermelha e os criminosos apátridas terão que pedir perdão de joelhos a milhões de portugueses do Minho a Timor por tantos crimes praticados, permitidos, e  impulsionados de fora.
                   
 (...) E, assim, a posição da FNLA tornou-se insustentável em Luanda. O MPLA conjuntamente com as tropas portuguesas de Abril iniciaram uma perseguição tenaz na Avenida D. João II, à entrada da Rua coronel Artur de Paiva "chaimites da tropa portuguesa" disparavam sobre soldados da FNLA que fugiam desarmados e, cujo medo era tão grande que enquanto corriam despiam a farda para mostrarem que estavam indefesos e que apenas queriam salvar-se. Pretendiam alcançar o bairro do Saneamento onde viviam os ministros da FNLA, e o largo do Palácio,  na esperança de ali conseguirem protecção. 
Na calçada de Santo António em frente da Rádio Ecclesia – Emissora Católica de Angola – fizeram igual caça, a tropa portuguesa abrileira sorria perante o espectáculo, as balas não paravam de chover. Os mortos lá ficaram, tombados nos passeios ou no pavimento das ruas. Os que viveram foram retirados pela UNITA e levados para as terras de onde eram oriundos. 
No centro da cidade de Luanda o medo dominava a população pelas constantes explosões de granadas de morteiros, que diariamente faziam rebentar pela cidade, muitos dos edifícios entre os bairros periféricos (muceques) e a cidade estavam totalmente destruídos pelas granadas de morteiros, as fábricas, as empresas, as lojas de comércio, as casas, os automóveis e os autocarros dos serviços de transportes colectivos foram transformados em pastos onde lavravam as chamas. (...) 
*P.101

 Do Livro "LONGE É A LUA" - Memórias de Luanda-Angola, de Rogéria Gillemans. Op. cit., P.98 a 104), ISBN 978-989-20-1341-1.
 NOTA- Reservado o direito de autor, previsto e protegido pela Lei, como tal, a sua cópia total ou parcial não autorizada é um acto ilícito passível de acção, previsto na Lei! 


 As fotos aqui colocadas são apenas uma pequena mostra das milhares de vítimas dos Massacres praticados aquando a presença daqueles que se intitulavam "autoridades portuguesas"
                                         com a conivência e a participação das mesmas.


                                 Capela Mortuária do Hospital Dona Maria Pia em Luanda. 
Os Serviços das Urgências Hospitalares, os Hospitais, as Clínicas, e a Morgue não faziam face às centenas de mortos e feridos que diariamente davam entrada e, que cheias, os mortos encontravam-se já dispersos pelo chão destas instituições, passando a serem levados para os pavilhões de Desportos, Escolas, e para o Edifício da Delegação dos Serviços de Saúde situado na Maianga, que rapidamente, também, se encheriam com mortos.
                                                        Casa Mortuária de Luanda.
                               Exterior da Casa Mortuária do Hospital Dona Maria Pia:
Procurando, entre os mortos, familiares e amigos desaparecidos.
Procurando, entre os mortos, familiares e amigos desaparecidos.
                          Nos muceques, diariamente, eram recolhidos pelos carros do lixo 
                    centenas de mortos e transportados directamente para "valas comuns".
                                    

                                                       Luanda, Fevereiro 1975:
                                Primeiro assalto pelo MPLA e fogo posto ao edifício na Av. Brasil,
onde a FNLA se instalou em Novembro de 1974. Na parte baixa a empresa "Lusolanda" representante de automóveis e stand. E desde sempre conhecido por edifício da Lusolanda.

   
Seguiram-se outros assaltos do MPLA ao edifício.
                     Por fim bombardeado com granadas de morteiros e incendiado pelo MPLA
                                   ( no segundo andar é visível ao centro o símbolo da FNLA ). 


Recorte de Jornal, 
notícia os massacres a 3 de Fevereiro de 1975.

Luanda, Fevereiro de 1975:
Av. do Brasil, 
autocarro bombardeado pelo MPLA com granadas de morteiros 
(na altura transportava passageiros). 
Na Av. do Brasil, uma senhora portuguesa foi morta, dentro da sua casa, após ser atingida por uma bala na cabeça pelos disparos de metralhadoras contra o edifício. Disparos de metralhadoras com uso de balas tracejantes, como granadas lançadas por morteiros contra os edifícios, eram constantes durante o dia..

Os autocarros dos serviços de transportes colectivos, e automóveis particulares, eram bombardeados e transformados em pastos onde lavravam as chamas, os autocarros durante os ataques transportavam passageiros.

Fevereiro, 1975: 
Jornal O DIA
 notícia que seis jovens fogem de Luanda para o Algarve num barco veleiro. 
50 dias passados no mar em meio de grande tempestade. 
A bordo apenas uma bússola e um rádio transistorizado.


1975, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LUANDA 
Bombardeado com granadas de morteiro:
Luanda, 03 Fevereiro 1975: 
Entrada do Hospital Universitário de Luanda, sito em S. Paulo. 
Bombardeado, com doentes internados e todo o pessoal hospitalar de serviço.

 
Luanda Abril 1975, 
os taxistas eram pessoas simples, humildes, que trabalhavam dia e noite para sobreviverem, e para investirem dando um grande contributo ao desenvolvimento de Angola, passaram a ser vítimas dos terroristas que dominavam a cidade.


Luanda, Março de 1975: 
Centenas de pessoas, muitas das quais residentes nos bairros periféricos de Luanda: S. Paulo, Cazenga, Marçal, Cuca, então a ferro e fogo, foram ao Palácio onde Rosa Coutinho se tinha instalado, para pedirem ajuda e protecção, que lhes foi recusada.

À causa do manifesto desprezo das chamadas "autoridades portuguesas", os portugueses de Luanda, ao som das buzinas de centenas de veículos pesados e ligeiros, percorreram as ruas da cidade, manifestando-se junto dos cônsules dos EUA, França e Suiça, pedindo aviões e navios que lhes permitissem sair urgentemente de Angola.

Luanda, Março de 1975:
Edifício na Avenida do Brasil, saqueado e incendiado
por fogo posto. 

  CACUACO, MARÇO DE 1975:

Cacuaco a 30 km de Luanda, 
cubanos e MPLA tomam posição inicial nesta periferia da capital,
nesta zona encontravam-se as instalações da Petrofina
 (reservatórios e refinação do petróleo).

LUANDA,  SEDE DO PICA-PAU, UNITA:
 Junho de 1975:
 Pica Pau, a Sede do Comité de Paz da UNITA.
Lugar dos massacres no dia 4 de Junho de 1975, onde perto de 30 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinados e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA em Luanda. A persecução nos massacres aos militantes da UNITA e da FNLA, contou com a participação activa da soldadesca de Abril enviada de Lisboa pelo MFA comunista do 25 de Abril, e em Angola sob as ordens do facínora Rosa Coutinho


Monumento aos Combatentes da Grande Guerra, tinha a seguinte inscrição "Portugal aos seus Combatentes europeus e africanos da Grande Guerra, 1914-1918".  A escultura feminina representava a Pátria, os soldados os seus Valorosos Defensores. (Monumento, também, conhecido como "Estátua da Maria da Fonte"). A partir de Novembro de 1974 todos os símbolos que representavam Portugal, monumentos e estátuas de navegadores, descobridores, poetas, historiadores e outros vultos da história e da vida de Portugal, foram objecto de vandalismo da turba de bandidos e de terroristas que passaram a dominar Luanda, esse vandalismo e destruição ocorria aquando a presença, e a indiferença, daqueles que se diziam ser "autoridades portuguesas". Este imponente monumento aos Combatentes da Grande Guerra, foi alvo de todo o género de vandalismo na intenção de o destruírem; a tiros de pistola e rajadas de metralhadora, com bastões de ferro, machados, catanas, arremesso de pedras, latas, garrafas, com granadas de morteiros e granadas de mão, delapidaram a pedra do pedestal, o escudo de Portugal, e as inscrições. Substituídas por frases feita a pincel de incitação ao ódio e racismo contra os portugueses, em Fevereiro de 1975 regaram a estátua e o pedestal com gasolina e puseram fogo. E a estátua com toda a sua magnitude continuava no alto do seu pedestal (desde a base esta estátua tinha 30 metros de altura). Após longos meses de vandalismo, a estátua  foi destruída com cargas de dinamite, para colocarem no pedestal um tanque soviético, substituído mais tarde por uma Jinga traficante de escravos.


MALANGE, MARÇO DE 1975:
A morte nas ruas da cidade:
As ruas da cidade de Malange.
Malange, cal a cobrir os mortos.
Malange,  automóveis incendiados.

Malange, a população procurando protecção junto do quartel militar.

LUNDA SUL:
 HENRIQUE DE CARVALHO-SAURIMO, ANO 1973:

Pelos ataques terroristas, os portugueses de Henrique de Carvalho abandonaram a cidade
 e concentraram-se na periferia, procuraram a protecção do "exército português de Abril",
que em nada ajudou.
Portugueses da Lunda em concentração rumo a Luanda e a Nova Lisboa por estrada, 
pedindo ajuda de protecção. Protecção essa que a soldadesca de Abril recusou prestar.


 A FUGA FORÇADA DOS PORTUGUESES, PELA VIOLÊNCIA E TERROR
 DA "DESCOLONIZAÇÃO EXEMPLAR":
Luanda, de Abril a Maio de 1975: 
portugueses brancos, negros e mestiços junto a uma agência das Linhas Aéreas, na baixa da cidade, para aquisição dos bilhetes de embarque para diversos destinos; 
A sentida e manisfesta indiferença das chamadas "autoridades portuguesas" face aos crimes, como a presença notória de russos e de cubanos na guerra fratricida já declarada, davam lugar às ininterruptas filas que davam a volta ao quarteirão, durante semanas de longos dias debaixo de sol escaldante e de longas frias noites, de onde ninguém arredava pé para não perder o lugar, neste êxodo, da fuga à morte em Angola.

Luanda 1975,
os portugueses fugidos das cidades, das vilas e povoações do interior de Angola, diariamente e constantemente, chegavam ao aeroporto de Luanda, onde se iam aglomerando durante semanas à espera de voo para Lisboa. A alimentação para adultos, crianças e bebés, cuidados médicos, cobertores para dormirem, estavam a cargo da Cruz Vermelha, como roupas e calçado para os portugueses que se viram obrigados a fugirem da sua casa, em pijama, durante a noite quando dormiam.
A Honra e a Dignidade dos Portugueses de Angola "espezinhada" por Criminosos Canalhas Destituídos de Consciência, de Ética Moral e Humana!  

 LUANDA 03 JUNHO DE 1975, INÍCIO DA CHAMADA "PONTE AÉREA":
A chamada "Ponte Aérea" de Angola para Lisboa com início a 03 de Junho até final de Novembro de 1975, oficialmente foi dada por terminada no dia 03 de Dezembro e concluída a 06 de Dezembro do mesmo ano. Centenas de aviões, milhares de voos (900 mil voos), a um ritmo impressionante de mil pessoas transportadas por dia, para a saída urgente desta gente traída e abandonada.  Cinco meses para evacuar mais de meio milhão de pessoas, neste, dizer adeus a Angola. 

Um Testemunho de um Co-Piloto da Ponte Aérea:
"Durante a Ponte Aérea, não havia programação de voos os aviões chegavam, abasteciam-se e partiam, foram períodos de uma tensão a raiar os limites de ser suportada.
Nessa noite apresentei-me, como Co-Piloto de Boeing 747, nas Operações da TAP em Lisboa,  para fazer mais um voo da Ponte Aérea, neste caso seria Lisboa/Luanda/Nova Lisboa/ Luanda/Lisboa.
Já à saída de Lisboa se notava um ambiente estranho entre a tripulação (reforçada). Havia um grupo que parecia saber de coisas que viriam acontecer que mais ninguém sabia. Os outros interrogavam-se, notando a ligação ao Partido Comunista daquele grupo sabedor de coisas ... A pouco e pouco, até Luanda, percebeu-se do que se tratava, sem que os 2 Comandantes tivessem sido avisados da alteração "programada" à sua revelia, do propósito inicial do voo a Nova Lisboa: recolher civis Portugueses e trazê-los para Lisboa.
E o que se tramava era nem mais nem menos isto:
-Deixar em terra, em Nova Lisboa, os Portugueses, ao abandono.
-Levar dali para Luanda os militares do MPLA, em perigo dado o apertar do cerco à cidade pela UNITA.
- Regressar a Lisboa num voo comercial normal e não de Refugiados..."

1975-Aeroporto de Luanda.
Bagagem dos Portugueses de Angola, que não deixaram ser embarcada,
alegavam "excesso de carga", a cada voo repetiam-se estes acontecimentos!

A FUGA DAS CIDADES E DAS VILAS DO INTERIOR DE ANGOLA:
Malange, portugueses procurando protecção junto do quartel militar.

1975, a Fuga de Malange.

VILA SALAZAR, 1975:
Os portugueses de Vila Salazar fazendo as embalagens
para salvarem o era possível de salvar.

VILA PEREIRA D' EÇA,1975:
A fuga de Vila Pereira D' Eça.

 LUENA 1975, PROVÍNCIA DO MOXICO, VILA LUSO:
Portugueses de Luena refugiados no hangar do aeroporto
 aguardam por transporte aéreo para Luanda.  

HUAMBO, NOVA LISBOA, 1975:

  Bagagem dos portugueses  abandonada no aeroporto de Nova Lisboa.

1975: A fuga das povoações e vilas do interior de Angola.

1975,
milhares de africanos inundaram as praias há espera de embarque para a fuga de Angola.

DOS PORTOS DE ANGOLA:
Todos os transportes de navegação foram poucos para a fuga à guerra, 
barcos particulares, pequenos veleiros, barcos de pescas, barcos de carga.
1975: Porto de Luanda.
Luanda 1975, o embarque.

PARTIDA DE OUTROS PORTOS DE ANGOLA:

 MOÇÂMEDES, 1975:

1975, O navio de carga Silver Sky.

O navio grego Silver Sky: 
1600 portugueses fogem de Moçâmedes, o Silver Sky não tinha capacidade para acomodar este número de pessoas. Sem espaço. Sem condições. As pessoas viajaram a céu aberto. Devido ao sol tórrido tiveram de improvisar sombras, para sobreviver a 10 dias de viagem para chegarem Walvis Bay, Namibia-África do Sul, e serem  encaminhadas para um campo de refugiados.

                              Chegada do navio Cargueiro Silver Sky a Walvis Bay.

                                Desembarque de uma senhora gravemente doente.
1975, Após o navio grego Silver Sky ter atracado em Walvis Bay,
os portugueses foram conduzidos de comboio para um campo de refugiados em Windhoek.

                                                  1975 África do Sul:
                              portugueses no Campo de refugiados em Windhoek.

                      Crianças portuguesas refugiadas de Angola no Campo de Windhoek.
                                         A inocência das crianças perante o DRAMA.

                                                  1975, A FUGA POR TERRA:
            Uma caravana de 300 viaturas da cidade de Sá da Bandeira rumo à África do Sul.

                                                     A fuga da cidade de Gabela.

                                                     A fuga da cidade Benguela.

1975, Fuga pelo sul de Angola, por estrada de terra batida.

 
Agosto 1975,
A coluna passando abaixo da vila de Serpa Pinto.


Agosto 1975
Grupo de portugueses que, em Ruacaná, se integraram à coluna.
Agosto 1975, Sul de Angola, Namibia, 
travessia (na parte mais baixa) do rio Cunene.
Atravessando o Cunene a nado para prepararem
na outra margem as rampas para as viaturas.
Sul de Angola 1975, Jangadas e rampas improvisadas
para atravessamento das viaturas no rio Cunene,
em direcção a Walvis Bay, Namibia, passando pela Costa dos Esqueletos.
É impressionante o número de viaturas e camiões do outro lado para atravessarem o rio.

                                                                  Agosto  1975, 
                                A travessia do deserto ao longo da Costa dos Esqueletos.

De entre milhares de dramas vividos pelos portugueses que se viram forçados abandonar Angola, o drama de sobrevivência dos portugueses que fugiram da morte em Angola, atravessando o imenso deserto pela Costa dos Esqueletos, onde, ninguém, jamais sobreviveu.

 Acampavam todas as noites ao longo da praia, longe das marés altas, que mudavam repentinamente e frequentemente, forçando-os a acampar nas dunas de areias traiçoeiras.
Após 12 dias de viagem, o comboio de veículos começou a ficar sem comida e água. Por sorte, uma manhã, uma patrulha da Força Aérea Sul-Africana (SAAF) Dakota sobrevoando a costa, seria a salvação destes portugueses, o líder do comboio imediatamente escreveu uma mensagem SOS na praia, e no dia seguinte a SAAF Dakota lançou-lhes comida, água e outros suprimentos em paraquedas. Esta ajuda continuou durante dois dias, ao mesmo tempo que um português gravemente doente era levado de helicóptero da SAAF para uma embarcação da Marinha Sul-Africana (SAN) que patrulhava nas proximidades e onde lhe foram prestados os primeiros socorros e depois transportado para o hospital em Walbis Bay onde foi internado.
Alguns dias depois, uma patrulha da Polícia de Segurança Sul- Africana (SAP) da altura, encontrou o comboio e ficaram totalmente surpresos, ninguém, jamais sobreviveu a essa viagem, e assumiu a responsabilidade por esses refugiados até à Baía Henties na Namibia.
 Alguns refugiados, cujos veículos avariaram, foram transportados por helicóptero da SAAF para um navio da SAN e levados para Walbis Bay.
 Esta notável e corajosa viagem de sobrevivência no deserto durante 4 semanas, caracterizada por colapsos, tempestades de areia, constantemente presos na profundidade das areias da praia ou nas dunas de areia movediças e perigosas, onde às vezes os camiões e veículos ligeiros ficavam enterrados até aos eixos e inundados por marés repentinas, não teria sido possível sem o cuidado, assistência, vigilância e apoio do SAAF, SAN e SAP.
Milhares de portugueses muito ficaram a dever, principalmente as suas vidas, às autoridades Sul Africanas desse tempo.


  1975, Grootfontein:
                                 chegada e concentração dos portugueses refugiados.                                              

1975, Namibia, Grootfontein:
Campo improvisado pelas autoridades sul africanas da época,
 para abrigar os portugueses refugiados de Angola.

1975, Namibia: portugueses no campo de refugiados em Grootfontein.

 
Agosto 1975: 
Portugueses no campo de refugiados  em Grootfontein:
 Nem nas piores vicissitudes impostas pelos criminosos apátridas apagaram o sorriso do rosto desta gente honrada, gente de querer e de dar, gente de fibra, que transformaram as selvas de Angola num dos territórios mais prósperos de Africa, os portugueses de Angola, vítimas da Perfídia, da Inveja e da Maldade.

Grootfontein, 1975: 
 Os refugiados de Angola na partida do campo de Grootfontein para a estação de comboios.

 Dias tórridos de sol a sol, e noites gélidas... 
No exterior da vedação mais de uma centena de viaturas de vários tipos estacionadas. 
Umas com as cargas de origem, outras vazias. No campo de Windhoek a situação era idêntica. 
Os seus proprietários acabariam por abandona-las ali. As autoridades sul-africanas não prometiam o embarque destas para Portugal, e da parte das chamadas "autoridades portuguesas" nem sinais. 
No dia 22 de Outubro é anunciada a partida, nessa noite, militares e alguns residentes da cidade honraram os refugiados de Angola com uma festa de despedida, no recinto de jogos desportivos, com grupo musical.
No dia 23, os seus parcos pertences foram devidamente rotulados e transportados para a estação do comboio, seguindo-se as pessoas que eram acomodadas por agregado familiar em cabines com beliches de acordo com o número de indivíduos, nas cabinas encontravam-se latas de conservas, fruta natural e bebidas.
Ao meio dia em ponto ouve-se o silvar do comboio que dá o sinal de partida, na despedida de Grootfontein, o acenar de muita gente, entre esta, um Padre a dar a sua bênção a esta gente de Angola traída e abandonada pelos canalhas criminosos que se proclamavam "autoridades portuguesas"!

Caso admirável das autoridades sul-africanas: 
Aproximava-se a hora do embarque, nas vésperas da devolução do Campo todas as viaturas abandonadas foram recolhidas para um recinto vedado, e no decorrer de 1976 exactamente como haviam sido abandonadas foram despachadas para Portugal e entregues aos seus donos.

- OCEANIC INDEPENDENCE - 
O navio que as autoridades sul africanas puseram à disposição para trazer os refugiados portugueses de Angola, do Campo de Grootfontein para Lisboa.


 1975, "PONTE AÉREA": AEROPORTO DE LISBOA,
DESEMBARQUE DOS REFUGIADOS DE ANGOLA.

Após o desembarque foram relegados ao abandono no aeroporto de Lisboa:
Nada de humanidade, nada de apoio psicológico a pessoas que tinham acabado de perder tudo, que sofreram e viram horrores, muitas das quais perderam familiares, vizinhos, colegas, ou amigos, e muitas das quais deixaram para trás familiares dos quais desconheciam o seu paradeiro, talvez, mortos ou presos nas masmorras dos criminosos MPLA com a conivência de outros criminosos ainda maiores que se intitulavam "autoridades portuguesas". 
À excepção de sentirem a prevalência do terror e dos crimes; uma ténue e triste réstia de calor humano ao verem um ou outro rosto conhecido entre as centenas de portugueses refugiados de Angola, que já tinham chegado nos dias ou semanas anteriores e que diariamente ocorriam ao Aeroporto esperando verem entre aqueles que desembarcavam algum familiar, colega, amigo, vizinho ou simplesmente algum conhecido. E ocasionalmente sentirem que em Lisboa não haviam só canalhas, criminosos, assaltantes, ladrões e assassinos. Ao verem-se lágrimas no rosto de um ou outro agente da polícia que se encontrava de serviço no Aeroporto, de entre os quais um desses agentes da PSP junto à porta de saída abanando a cabeça e com voz entre-cortada dizia: "Isto que está acontecer é um Crime". 


                                                 SEMANAS DE LONGOS DIAS
                                     À ESPERA DE UM TECTO, E DE ASSISTÊNCIA:


          1975, NO CAIS DE LISBOA, APÓS O DESEMBARQUE DOS NAVIOS
        À ESPERA DE ASSISTÊNCIA E DE UM TECTO PARA SE ABRIGAREM:
Muitos, não tinham familiares na Metrópole, e sentiam-se perdidos.


1975, NOS CAIS DE LISBOA, BELÉM:

LISBOA, 1975, DOCA DE ALCÂNTERA-MAR:
Descarga das caixas dos portugueses de Angola, contendo o que foi possível salvar.

Lisboa,1975
 pelos cais de Lisboa à procura do que lhes restou de gerações 
 de longas décadas de árduo trabalho, de investimento económico, de sentimentos,
 e de muitos sacrifícios, naquela que consideravam como a sua terra.

De um momento ao outro roubaram-lhes tudo: 
 a família, a casa, o trabalho, a vida social, os amigos, o seu dinheiro congelado pelos bancos; viram-se desenraízados daquela que era a sua terra, mas não lhes roubaram: a identidade, a integridade, a dignidade, a educação, nem a vontade férrea de vencer pelo trabalho, como estavam habituados e, que, desde sempre, os distinguiram dos demais!


 Uma passagem da narração de uma mãe, refugiada, de Angola, igual a milhares de casos. Demonstrativa do sofrimento, da angústia, e da fibra desta gente Atraiçoada e Abandonada: 
No dia em que o IARN hospedou Lourdes Xisto com os filhos no quarto 512 do Hotel Tivoli, ela mandou sentar os filhos, Ana e Fernando, e, avisou-os:
"Se vos vejo chorar, dou-vos uma carga de pancada. Hoje, num minuto, vocês perderam a vossa família, os vossos amigos, a vossa casa, tudo, mas não percam a identidade, a dignidade e a educação. No dia em que isso acontecer, eu acabo convosco. Trouxe-vos ao mundo e tiro-vos daqui"
            Anos mais tarde os filhos compreenderam o que a mãe quis dizer naquele momento.
O pai, João Xisto, estava desaparecido, em Angola, se estava morto, por ser amigo de Savimbi, ninguém os informou. João Xisto com a mulher e filhos viviam no hotel que tinham à sua exploração,  o Hotel Praia, em Novo Redondo.


        
                                                        A família de Horácio e Ida Massa, e filhos;
                                 Honorato; Crestiano; Maria; Gabriela; Benvinda; Horácio.
Em 1975,  família de Horácio e Ida Massa, como milhares de portugueses, foram forçados a fugir de Angola, deixando tudo para trás, quando criminosos entregaram Angola à Russia e eclodiu a feroz guerra. A família de Horácio e Ida Massa, a princípio foram para Portugal, onde lhe era negado emprego, da mesma forma que a todos os honrados, honestos e trabalhadores portugueses refugiados de Angola e, igualmente enfrentavam insultos do rebotalho da sociedade açulado por feras piores e mais criminosas.
 A família de Horácio e Ida Massa abandonaram Portugal, foram para o Canadá, fixaram-se na cidade Toronto, e com a ajuda do Estado Canadense refizeram a sua vida, com a dignidade que desde sempre caracterizou esta gente honrada e trabalhadora de Angola. 



DO LIVRO "LONGE É A LUA,  MEMÓRIAS DE LUANDA-ANGOLA"
OS DRAMÁTICOS DIAS DO INÍCIO DA CRIMINOSA DESCOLONIZAÇÃO!

A "Revolução dos Cravos, 25 de Abril de 1974"
Traição - Crimes Contra a Humanidade - Holocausto em Angola!
A chamada "Revolução dos Cravos" teve origem em reivindicações de carreiras militares, foi um descontentamento mercenário  e que abriu fendas na disciplina militar e que, a certo momento, dada a extensão da indisciplina, procuraram revestir-se de uma explicação política conferindo-lhe, aos olhos da Nação, do povo e do mundo, uma aparência de honestidade e de significado nacional. A infiltração dos oficiais esquerdistas, comunistas e socialistas, exploraram essa  indisciplina mercenária e conduziram-na à mais Criminosa Traição que a História de Portugal conhece. E o poder foi tomado de assalto por criminosos que,  ilegitimamente e, à revelia da Constituição, determinaram o destino da Nação, e aos quais se juntariam outros malfeitores vindos do estrangeiro para a prática dos crimes. E, à revelia e inconstitucionalmente negociaram com "Terroristas" os territórios e povos de Portugal. Abandonaram inteiras populações inermes, recusando-lhes protecção. As afirmações do socialista/marxista Mario Soares em 1974 ao “ DER SPIEGEL” e, ao “JORNAL DE SÃO PAULO” do (Brasil), deixa claro as suas intenções a respeito dos Crimes, e dos Portugueses de Angola, o "Genocídio dos Portugueses Brancos” como "Solução Final". 
 *P.58

 Essa Revolução apanha de surpresa centenas de milhares de portugueses que viviam em Angola. A partir desse dia inicia-se a derrocada imparável de uma sociedade inteira, que, deliberadamente, foi condenada à destruição e à ruína. Em escassos meses, 670 mil portugueses são obrigados a largar tudo e a fugir, embarcando numa ponte aérea, marítima e terrestre que marca o maior êxodo da História de Portugal. Para trás ficou toda uma vida construída com árduo trabalho, tenacidade, sacrifícios e coragem. Para trás ficavam empresas, fábricas, comércio, agro-pecuárias e fazendas que são abandonadas, enquanto Luanda, a capital da jóia da coroa do império português, é abalada por uma terrificante guerra civil que alastra a todo o território e que, forçou mais de meio milhão de portugueses a saírem em fuga tomando parte de uma ponte aérea que os desembarcou na maioria em Lisboa, e que tiveram que se adaptar a uma terra que muitos não conheciam."
*P.64


Do Livro "LONGE É A LUA" - Memórias de Luanda-Angola, de Rogéria Gillemans. Op. cit., P.98 a 104), ISBN 978-989-20-1341-1.

NOTA- Reservado o direito de autor, previsto e protegido pela Lei, como tal, a sua cópia total ou parcial não autorizada é um acto ilícito passível de acção, previsto na Lei!




OS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE E O CRIME DE GENOCÍDIO NÃO PRESCREVEM:
ESPEREMOS QUE A JUSTIÇA NÃO SE FAÇA TARDAR NO USO DA SUA FUNÇÃO, E CONDENE, AINDA QUE A TÍTULO PÓSTUMO, OS RESPONSÁVEIS POR ESTES CRIMES, COM ORIGEM NA CRIMINOSA "REVOLUÇÃO DOS CRAVOS DE SANGUE".



                                                          Rogéria Gillemans

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