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OS CUBANOS EM ANGOLA.

CUBA/MPLA

Raul Castro em Angola 1976:
Raul Castro na sua viagem a Angola acompanhado pela mulher Vilma Espín, e um numeroso séquito. Entre outras coisas prometeu às tropas cubanas um rápido regresso a Cuba, coisa que não foi cumprida. Na fotografia está rodeado de oficiais, entre eles, Jorge Risquet chefe da MMCA.
1976. Raúl Castro in Angola, where he traveled with his wife Vilma Espin and a large retinue. Among other things, promised a speedy return troops to Cuba, which was not met. In the photo surrounded by Cuban officials, including Jorge Risquet, head of the MMCA.


Aeroporto de Luanda na visita de Fidel Castro.



Luanda, Março 03 de 1977:
Aquando da visita a Angola de Fidel Castro.


Havana 1979, Agostinho Neto com Castro, na visita a Cuba


Havana- Cuba, Setembro de 1979, Cimeira dos Não -Alinhados,
 Fidel Castro, Agostinho Neto, Tsou Tore da Guinee Conakry, Amilcar Cabral da Guinee Bissau.


Havana, Cimeira dos Não-Alinhados de 3 a 9 de Setembro de 1979.

Fidel Castro esteve fortemente envolvido na guerra civil de Angola, como um curso intensivo para os líderes cubanos sobre o território, e a pequenas unidades cubanas de chefia, e a partir de Cuba deu ordens para implantarem milhões de minas anti-pessoas das quais em 2005 se estimava haverem ainda entre quatro e cinco milhões de minas por serem desativadas.
A guerra em Angola, serviu de alimento à vaidade deste terrorista assassino para se impor no mundo político.
A 10 de Dezembro de 1978 Agostinho Neto iniciou várias mudanças do governo e do partido para aumentar a sua autoridade e poder, tendo exonerado o primeiro-ministro Lopo do Nascimento, o primeiro Vice-primeiro-ministro José Eduardo dos Santos entretanto nomeado posteriormente Ministro do Plano, e o segundo Vice-primeiro-ministro Carlos Rocha Dilolwa. Neto aboliu estas posições, deixando de ter ‹‹intermediários›› e passando a lidar directamente com os membros do governo. Os ministros e vice ministros da Habitação, Construção e Comércio Interno foram também substituídos.
O afastamento do economista Dilolwa–que também era Ministro do Plano-na altura co-presidente da Comissão Angola-Cuba e considerado pró-soviético, levantou especulações em relação ao rumo político e às opções económicas que Neto pretendia a levar. Até porque além de deixar o governo, o antigo segundo Vice-primeiro-ministro foi também excluído do Bureau Político e do Comité Central, ao contrário de Lopo do Nascimento que manteve o seu assento nesta última estrutura de direcção do MPLA-PT. Ambos tinham ascendido ao Bureau Político no primeiro congresso do partido realizado de 4 a 6 de Dezembro de 1977.

A nomeação de José Eduardo dos Santos para os cargos de secretário-geral do MPLA e de Angola, em 1979, foi bem recebida na capital soviética, não só porque ele tinha estudado na URSS, como estava casado com uma mulher russa, mas também devido às relações que eram tensas com o seu antecessor nesses cargos.
As divergências entre Agostinho Neto eram antigas. Em 1963, Nikita Khrutchov esteve perto de reconhecer Holden Roberto e a FNLA, não fora a pronta intervenção de Álvaro Cunhal, secretário-geral do Partido Comunista Português, que na altura se encontrava em Moscovo.
Moscovo considerava Neto um fraco. A Rússia chegou a retirar o apoio a Neto e o MPLA tinha desaparecido, nos fins dos anos 60 e de 1970 a 1974 ninguém ouvia falar deste "movimento", acontecendo o mesmo com a UPA/FNLA, razão pela qual o terrorismo praticamente estava extinto. Diga-se que os feitos comunistas em Lisboa da chamada revolução dos cravos (de sangue) deixaram surpreendido Agostinho Neto, que na altura se encontrava no Canadá e quando informado a sua resposta foi: "Desconheço, isso é lá com eles, são eles que não se entendem".

As relações entre Agostinho Neto e a URSS não melhoraram também depois da proclamação da "independência" de Angola em Novembro de 1975.
O general soviético Vladimir Varennikov, que realizou duas missões de serviço em Angola (1982 e 1983), explica nas suas memórias, as razões do isolamento a que Agostinho Neto e o seu movimento chegaram em Outubro-Novembro de 1975: "Porque Neto e os seus correligionários estavam sentados em Luanda e ele não estava em condições de impor a mais elementar ordem na vida e actividade desta enorme capital e, depois, tentar, através dela, influir na província".
Um outro soviético Karen Brutentz recorda outro facto que ilustra os atritos graves entre a direcção soviética e Agostinho Neto. Na véspera do Congresso do MPLA, realizado em Dezembro de 1975, Moscovo enviou a Luanda funcionários comunistas para darem orientação ideológica aos camaradas angolanos, mas estes não lhes prestaram ouvidos.
"Os nossos consultores, que tinham sido enviados para Angola na véspera do congresso constituinte do MPLA, aconselhavam insistentemente a não formar um partido, mas a apostar no movimento, na frente, o que permitiria atrair para as suas fileiras outras forças. Porém, Neto não lhes deu ouvidos."

As relações entre Agostinho Neto e o Kremlin deterioraram-se ainda mais durante o chamado "golpe de Nito Alves", em Maio de 1977, tendo Agostinho Neto considerado que o levantamento tinha sido inspirado pela União Soviética.
"Nito Alves nos últimos meses era visita ass ídua em Moscovo tinha participado no Congresso do Partido Comunista da União Soviética, o que era um sinal de inteira confiança de Moscovo", declarou à Lusa um tradutor militar russo que se encontrava em Luanda na altura.
O apoio militar que se revelou fundamental para o MPLA a partir do início de 1975 também não foi concretizado sem dúvidas da parte de Moscovo. "Não havia unanimidade face à intervenção das tropas cubanas em Angola e ao envolvimento da URSS". A partir de testemunhos de responsáveis soviéticos, concluiu que "Cuba decidiu intervir militarmente em Angola com ou sem autorização de Moscovo" e que no terreno havia "sérias divergências" entre o comando das tropas cubanas e os conselheiros soviéticos.
Os "atritos graves" com Neto levaram já diversos estudiosos a considerar que os soviéticos incentivaram o então ministro do Interior, Nito Alves, a liderar a contestação ao rumo do MPLA, numa acção que culminou com milhares de mortos, "os soviéticos depositavam confiança" em Nito Alves.

As pressões que os soviéticos exerciam sobre Neto aproximavam-no cada vez mais de Cuba, em 1979 surgiram os rumores de que Neto foi assassinado durante uma operação, são "um disparate". O autor é também de opinião que, sem esquecer o Afeganistão, a intervenção da Rússia em Angola ajudou à queda da URSS. "A estrutura soviética fica, do ponto de vista económico e até militar, fortemente abalada."
Os soviéticos sentiram-se traídos, quando Agostinho Neto recebeu Fidel Castro em Luanda, e a sua viagem a Cuba para participação da Cimeira dos Não-Alinhados que se realizou em Havana de 3 a 9 de Setembro de 1979, era a confirmação. Os soviéticos começaram a premeditar no afastamente de Neto do partido e do governo, ou a sua morte.
Neto recebe ordens para ir a Moscovo, e a 10 de Setembo é anunciada a sua morte em Moscovo, envolvida em mistério.
As divergências entre o dirigente angolano e o Kremlin levaram muitos, nomeadamente a sua mulher, Eugénia Neto, a avançar a versão de que Agostinho Neto não teria falecido de morte natural na mesa de operações em Moscovo, ( hipotética operação).
No dia 20 de Setembro, ou seja, três dias depois do funeral, José Eduardo dos Santos era escolhido para dirigir o MPLA, o Governo e as Forças Armadas, totalitário de um regímen de ditadura e de terror que permanece no poder desde Setembro de 1979 até aos tempos actuais.